Com apoio da Secretaria de Cultura do Ceará, por meio da Lei Paulo Gustavo, a Mostra Proibida – Quarta Edição inicia sua programação nos dias 10 e 11 de abril, no Teatro Universitário, com a apresentação da peça A Solidão das Porcas. O espetáculo, que atravessa questões de gênero, corpo e exclusão, traz uma abordagem crua e sensível sobre as margens do desejo e da identidade. Após a apresentação, acontece uma roda de conversa com curadoria da Mostra e convidades especiais, promovendo um espaço de troca sobre criação artística dissidente e os atravessamentos políticos e afetivos que moldam a cena performativa contemporânea. A Mostra segue com mais dez ações artísticas em todo o Ceará.
A Quarta Mostra Proibida é uma celebração e um relembrar de tudo o que a Banida Plataforma elaborou no último ano. Celebra, por meio do convite e da seleção pública de múltiplas performances no Estado do Ceará, uma trajetória de descoberta entre criação, produção, comunicação e gestão cultural independente. Como artistas jovens, dissidentes e emergentes, temos aprendido a nos articular com a sociedade para pensar caminhos possíveis. No meio dessa trajetória, desvio de rotas, trotes, tropeços, voos: tudo feito a partir de um fortalecimento coletivo de nossas narrativas.
Entre abril e junho de 2025, serão realizadas pelo menos dez ações performativas no Ceará, privilegiando projetos de pessoas desobedientes de gênero, negras, indígenas, mulheres, pessoas com deficiência e pessoas do interior do estado do Ceará. A ideia é pensar uma rede contranormativa de fazer performativo, em fortalecimento com o que se debate no Fórum de Performance do Estado do Ceará desde 2020. A coalizão das forças, o unir das lutas, a complementaridade de nossos esforços em prol de um mundo mais possível.
Além das dez ações performativas, será lançado um site-memória, com fotografias, vídeos e ações no metaverso de edições anteriores da Mostra, fortalecidas a partir de interlocuções com profissionais de acessibilidade, produção, comunicação cultural, design, cenografia, entre outras áreas.
“A Mostra, para além de um espaço de difusão artística, também estabelece um diálogo formativo com seus participantes e testemunhas. Elaboramos uma curadoria porosa às demandas do contemporâneo: às nossas demandas e às de outras pessoas que estão interligadas conosco”, diz a curadora Bárbara Banida. Além de Bárbara, a Mostra encontra parceria curatorial também em Sy Gomes, travesti negra e artista moradora no Eusébio. Também adentram o time curatorial Mateus Falcão, por meio de uma seleção de videoperformances para compor o ambiente digital, e o coletivo Chorumex, representado por LUREX e Gadi Bergamota, com a exposição Chorume Digital, feita a partir do metaverso.
Com uma equipe ampla e especializada, protagonizada por pessoas LGBTQIA+, a Mostra é o fechamento de um ciclo de quatro edições produzidas em um único ano, de maneira independente, apoiadas pelo encontro de múltiplos projetos com fomento da Secretaria de Cultura de Fortaleza, Secretaria de Cultura do Governo do Estado do Ceará, FUNARTE, Governo Federal, entre outros. A maioria dos recursos advém de reverberações da Lei Paulo Gustavo.
“É a partir do investimento público que conseguimos gerar produtos artísticos que circulam pela sociedade, aquecendo a economia criativa, gerando renda para agentes culturais e promovendo uma ação de difusão contínua”, propõe Arrudas Maria, artista autista, coordenador de produção da Mostra e presidente da associação Banida Plataforma.
A Banida Plataforma se tornou ponto de cultura viva pela Política Nacional Cultura Viva em 2024, ao ser selecionada pelo Prêmio Sergio Mamberti por seu destaque na promoção da diversidade cultural nordestina, com foco nas ações ligadas ao público LGBTQIA+.
Serviço
Mostra Proibida – Quarta Edição
Onde? Múltiplos espaços do Ceará, abertura dias 10 e 11 de abril, 19:30, no Teatro Universitário Paschoal Carlos Magno
Quando? Entre abril e junho de 2025
Informações em @banidaplataforma no instagram
