Idealizado para reforçar os voos da cultura cearense e de quem a produz em diferentes artes, surge a iniciativa do Festival Ceará Voador. Pensado pela artista, gestora e produtora cultural Sara Síntique, o evento se dedica ao audiovisual nesta primeira edição, que começa nesta segunda-feira (5).
Com 17 produções vindas de diferentes municípios cearenses, incluindo Fortaleza, Juazeiro do Norte, Tianguá, Icó e Aracati, o evento se soma aos esforços pela democratização do acesso à cultura e ao cinema produzidos no Estado.
A programação inclui uma porção formativa, que ocorre entre os dias 5 e 7 no Poço da Draga e é voltada para idosos atendidos pelo Instituto Velaumar, e as exibições dos curtas e longas selecionados, que ganham as telas do Cinema do Dragão de 8 a 10 de maio.
nisso, fizemos agendamentos ativos com públicos de escolas públicas, de pessoas em situação de vulnerabilidade social para garantirmos essa presença”, explica.
Potência do cinema cearense
Segundo a idealizadora, o nome “Ceará Voador” — sugerido como “presente” por um amigo, o escritor, professor e crítico literário Manoel Ricardo de Lima — reforça a mensagem da iniciativa.
“Nosso estado é de gente vanguardista, ousada, que voa tanto no sentido da imaginação e da criação, como no sentido de ir longe”, aponta. Uma das linguagens artísticas que tem repercutido de forma fortalecida é justamente o cinema, protagonista da edição de estreia.
“O cinema cearense é de uma potência imensa, tem cada vez mais circulado por festivais já consolidados no mundo todo, temos filmes cada vez mais premiados nesses festivais”, contextualiza Sara, ressaltando ainda a importância de cursos na área.
“O Ceará Voador se junta a essa celebração, por meio de uma curadoria muito primorosa, para contribuir com essa valorização. Que o povo cearense saiba cada vez mais da potência dos filmes aqui pensados, produzidos”, defende.
Mobilização de plateias
A atenção ao ponto da democratização de acesso à produção é um dos focos do evento. Uma das ações neste sentido é a mobilização de plateia. Será oferecido transporte de ida e volta para o Cinema do Dragão para diferentes públicos.
“Há ainda uma escassez de ações culturais que possibilitem que esse cinema chegue ao nosso povo. Nossa busca é contribuir com essa lacuna e, embasados nisso, fizemos agendamentos ativos com públicos de escolas públicas, de pessoas em situação de vulnerabilidade social para garantirmos essa presença”, explica.
Cultura é do e para o povo
Sara Síntique
“O Ceará é um estado de luta por democratização do acesso à cultura, vide tantas políticas públicas e programações que pautam e buscam garantir esse direito. O Ceará Voador surge irmanado a essas políticas, que já vêm sendo construídas a muitas mãos”, considera.
Produções
A curadoria do Ceará Voador é assinada pelo realizador cearense Pedro Diógenes, a pesquisadora cearense Rúbia Mércia e o realizador alagoano Ulisses Arthur.
O recorte curatorial é formado por dois longas — os documentários “A Luta de Nzinga”, de Eduardo Cunha Souza, e “Todas as Vidas de Telma”, de Adriana Botelho — e 15 curtas, que tem entre os representantes obras que circularam por outros eventos e festivais.

“O Medo Tá Foda”, de Esaú Pereira, “Sirius Não É Tão Longe”, de Nick Sanches, e “Do Lado de Dentro”, de Marina Hilbert, por exemplo, foram exibidos na 27ª Mostra de Cinema de Tiradentes no início do ano.
“Sirius” também foi exibido no Cine Ceará do ano passado, que ainda selecionou “Tiramisú”, de Leônidas Oliveira, “Topera”, de Rodrigo Gadelha Costa, e “Ponte Metálica”, de Felipe Bruno e Wes Maria.
A totalidade das produções será avaliada por um júri composto por três profissionais cearenses: Flor Fonteles, integrante da primeira turma de Cinema da UFC, cineasta; Lucas Coelho, especialista em som; e Wara, cineasta que estreará curta no Festival de Cannes neste mês.
A totalidade das produções será avaliada por um júri composto por três profissionais cearenses: Flor Fonteles, integrante da primeira turma de Cinema da UFC, cineasta; Lucas Coelho, especialista em som; e Wara, cineasta que estreará curta no Festival de Cannes neste mês.
“Estamos abraçando nessa primeira edição a linguagem do Cinema, abrindo as portas para outras linguagens também nas próximas edições. O desejo é de que seja um festival que alce voos contínuos e, para isso, é fundamental que estejamos sempre lutando pela continuidade das políticas públicas”
Longas selecionados
- “A Luta de Nzinga”, de Eduardo Cunha Souza
- “Todas as Vidas de Telma”, de Adriana Botelho
Curtas selecionados
- “Sirius Não É Tão Longe”, de Nick Sanches
- “Manzape”, de Roney Souza
- “Linhas de Soco”, de Rafasel
- “Topera”, de Rodrigo Gadelha Costa
- “Quando Éramos Outros”, de Joaquim Emiliano Aires
- “Praia dos Crush”, de Marieta Rios
- “O Medo Tá Foda”, de Esaú Pereira
- “Ponte Metálica”, de Felipe Bruno e Wes Maria
- “As Velas do Monte Castelo”, de Lanna Carvalho
- “No Meio do Campo”, de Vinícius Menezes
- “Noites em Claro”, de Elvis Alves
- “Quando o passado for presente lembra-se de mim no futuro”, de Rafael Vilarouca
- “Faísca”, de Bárbara Matias Kariri
- “Tiramisù”, de Leônidas Oliveira
- “Do Lado de Dentro”, de Marina Hilbert
I Festival de Cinema Ceará Voador
- Quando: oficinas no Poço da Draga de 5 a 7 de maio e exibição de filmes no Cinema do Dragão de 8 a 10 de maio
- Onde: Pavilhão Atlântico do Poço da Draga (Av. Almirante Tamandaré, s/n) e Dragão do Mar (acessos pela av. Leste Oeste, 81 ou av. Pessoa Anta, 374)
- Entrada gratuita.
- Mais informações: @festivalcearavoador