O fotojornalista Sebastião Salgado, um dos principais fotógrafos do mundo, morreu aos 81 anos. A informação foi confirmada pelo Instituto Terra nas rede sociais, organização não-governamental fundada pelo fotógrafo. A causa da morte não foi informada.
O profissional da fotografia nasceu em 8 de fevereiro de 1944, na cidade de Aimorés, em Minas Gerais.
Sebastião foi muito mais do que um dos maiores fotógrafos de nosso tempo. Ao lado de sua companheira de vida, Lélia Deluiz Wanick Salgado, semeou esperança onde havia devastação e fez florescer a ideia de que a restauração ambiental é também um gesto profundo de amor pela humanidade. Sua lente revelou o mundo e suas contradições; sua vida, o poder da ação transformadora
O fotógrafo se consagrou no final dos anos 1980 com uma série de imagens em preto e branco de Serra Pelada, local de mineração de ouro na Amazônia que atraiu dezenas de milhares de trabalhadores que acalentavam o sonho de ficar ricos.
Salgado chegou a se forma em economia, mas descobriu a paixão pela fotografia em 1973. Em 1998, ao lado da esposa Leila, fundou o Instituto Terra, na luta pelo reflorestamento da Mata Atlântica brasileira e do planeta.
Obras
Sebastião Salgado viajou mais de cem países para projetos fotográficos, e tem obra registrada em inúmeras publicações, tais como: “Outras américas” (1986) e “Kuwait, um deserto em chamas” (2016). Exposições itinerantes destes trabalhos foram e continuam a ser apresentadas internacionalmente.
Entre as exposições das quais participou estão as individuais “L’ Afrique des Colères” (Paris, 1977), “Sebastião Salgado: Africa” (Santa Monica, Estados Unidos, 2009); e as coletivas, “An Uncertain Grace’’ (Washington D.C., 1992) e “Trabalhadores” (Lisboa, 1993).
Em 2016, foi eleito membro da Académie des Beaux-Arts de l’Institut de France e em 2018 realizou exposições no SESC Avenida Paulista e na Galeria Mario Cohen.
Mensagens de carinho nas redes sociais
Em pouco mais de meia hora, a postagem sobre a partida de Sebastião Salgado recebeu mais de mil comentários. Carlos Saldanha, produtor cinematográfico e animador brasileiro, falou sobre a amizade com o fotojornalista.
“Grande amigo que se foi. Sempre uma inspiração de vida e de princípios. Seu olhar preciso e mágico sempre nos fez ver o mundo de uma forma real, mas diferente. Meu coração está com vocês querida Lélia, Digo, Juca, Ivy, Flávio e Nara. Vou sentir sua falta grande amigo”, escreveu Carlos Saldanha.
O ator Wagner Santisteban exaltou o trabalho de Salgado voltado ao olhar pela natureza, mundo e futuro. Segundo ele, Salgado deixa “um legado”.
Veja nota completa do Instituto Terra:
“Com imenso pesar, comunicamos o falecimento de Sebastião Salgado, nosso fundador, mestre e eterno inspirador.
Sebastião foi muito mais do que um dos maiores fotógrafos de nosso tempo. Ao lado de sua companheira de vida, Lélia Deluiz Wanick Salgado, semeou esperança onde havia devastação e fez florescer a ideia de que a restauração ambiental é também um gesto profundo de amor pela humanidade. Sua lente revelou o mundo e suas contradições; sua vida, o poder da ação transformadora.
Neste momento de luto, expressamos nossa solidariedade a Lélia, a seus filhos Juliano e Rodrigo, seus netos Flávio e Nara, e a todos os familiares e amigos que compartilham conosco a dor dessa perda imensa.
Seguiremos honrando seu legado, cultivando a terra, a justiça e a beleza que ele tanto acreditou ser possível restaurar.”
Nosso eterno Tião, presente!
Hoje e sempre”.