Por Estevão Mustafa
É com imenso orgulho que celebramos a conquista de Kleber Mendonça Filho e Wagner Moura no Festival de Cannes, um reconhecimento que ecoa não apenas como vitória pessoal, mas como um triunfo da cultura pernambucana e do cinema brasileiro. Mais uma vez, o talento e a criatividade do nosso povo brilham no palheiro mundial, mostrando que o Brasil é um celeiro de histórias potentes, narrativas originais e artistas visionários.
Kleber Mendonça Filho, com sua sensibilidade única, e Wagner Moura, com sua versatilidade e profundidade artística, representam a excelência de uma cinematografia que nasce das raízes populares, mas dialoga com o universal. Seus trabalhos – seja no cinema autoral, nas produções internacionais ou no compromisso com narrativas que refletem nossa identidade – são prova de que a arte brasileira tem força para conquistar o mundo.
Pernambuco, terra de solos férteis para a cultura, mais uma vez se destaca como um polo de inovação e resistência criativa. Do frevo ao manguebeat, do cinema de Glauber Rocha às obras contemporâneas de Kleber, o estado insiste em afirmar que a arte é um direito e uma potência transformadora.
No entanto, para que vitórias como essa não sejam exceções, mas sim fruto de um projeto contínuo, é fundamental que o poder público fortaleça políticas de fomento ao audiovisual. Precisamos de editais consistentes, incentivos fiscais robustos e mecanismos que garantam desde a formação de novos realizadores até a distribuição digna de nossas produções. A indústria cinematográfica brasileira não pode depender apenas da resiliência de seus artistas; ela precisa de um Estado que entenda o cinema como patrimônio cultural e motor econômico.
Que essa conquista em Cannes inspire não apenas aplausos, mas ação. Que governos, em todas as esferas, invistam no cinema como investem em outras indústrias estratégicas, porque contar nossas próprias histórias é também uma forma de soberania.
Parabéns, Kleber e Wagner, por elevarem o nome do Brasil com tanta maestria. Que seu sucesso seja um convite para que mais vozes do Nordeste e de todo o país sejam ouvidas – nas telas, nos festivais e na construção de um cinema cada vez mais plural.