Foi ontem, mas parece relato do tempo dos dinossauros. Quando entrei numa redação de grande jornal diário, 50 anos atrás, uma das Máquinas Assustadoras, enorme, que funcionava durante todo o expediente com muito barulho, as teclas tipo máquina de escrever martelando o papel durante todo o expediente, tinha o nome de teletipo, o meio mais rápido e fácil disponível na época para receber textos com notícias sobre o que acontecia em outras partes do mundo.
Os textos eram preparados por correspondentes das agências de notícias – repórteres e redatores residentes nos Estados Unidos e em países dos outros continentes. As informações eram passadas para as grandes agências – Associated Press, United Press International, France Presse, British Broadcasting Corporation (BBC) e outras, que existem até hoje, mas sem a importância que tiveram naquela época.
O teletipo era o principal instrumento para as redações de jornais e emissoras de rádio e TV tomarem conhecimento das tragédias, dos desastres, dos golpes militares e guerras, da economia, da vida de celebridades. Tudo isso era registrado 24 horas por dia por aquelas teclas acionadas por rádio ou sinal de telefone, serviço que naquele tempo não custava nada barato. Outro meio de saber o noticiário internacional era escutar emissoras de rádio por ondas curtas: nas redações havia gente paga para fazer rádio escuta.
Esquema parecido existia para receber as fotos enviadas pelas agências, eram as chamadas rádiofotos, recebidas num aparelho que jogava pontos de luz sobre papel fotográfico; conforme a quantidade de luz recebida o papel ficava preto, cinza ou branco (sem luz), formando as chamadas retículas – os pontos agrupados, que se transformavam na imagem – no papel fotográfico revelado no laboratório. Era em preto e branco, naturalmente, tinham uma qualidade nem sempre satisfatória, mas era o que se dispunha naquele momento para registrar em imagens os fatos jornalísticos.
Não é de espantar, portanto, que os desenhos da Hanna Barbera transmitidos na época pelas emissoras de televisão, com a família Jetson e seus carros voadores, a empregada robô e a comunicação com áudio e imagem, como fazemos hoje com o zap no fone celular, serem vistos então como coisa de desenho animado, num futuro distante. Pois sim!!